quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Argumentação

A palavra é um poderoso instrumento de transformação e de persuasão. É através da palavra que nós propomos mudanças, apresentamos propostas e oferecemos nossas justificativas. Essa atividade gira em torno dessa dimensão social da palavra, uma dimensão transformadora e – por que não? – revolucionária


O texto pode ser subversivo?


Vejamos primeiro o que nos diz o dicionário sobre sentido do palavrão: subversivo – que ou aquele que pretende transformar a ordem política, social e econômica estabelecida.

Podemos atribuir essas capacidades todas a um texto? Acaso, pode um conjunto articulado de temas ter a pretensão de destruir uma ordem estabelecida?
 



Tudo indica que sim... Vejamos o que nos diz a história recente.

Era uma vez...
Pesquisas recentes realizadas por professores e alunos da Universidade de São Paulo, dão conta de que o Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social) guarda vários segredos sobre a nossa história. O órgão oficial atuou entre os anos de 1924 e 1983, e ficou conhecido por bisbilhotar, censurar e prender inúmeros intelectuais simpatizantes das ditas “ideias avançadas” ou comunistas.


Segundo Tucci Carneiro, professora de história da USP, os arquivos da instituição, disponíveis para consultas desde 1994, informam muito sobre a nossa história recente de perseguição política e constituem farto material de pesquisa para os interessados nas chamadas atividades subversivas.
Ora, essa subversão operada pelos intelectuais (e combatida violentamente pela polícia política do Brasil militar), realizava-se, sobretudo, a partir dos textos. Através de pequenos jornais, os intelectuais “subversivos” divulgavam por escrito as suas ideias contrárias à ordem estabelecida.

E se, incontestavelmente, as ideias não ganhavam corpo senão nos textos produzidos pelos intelectuais e artistas, então podemos dizer que um texto pode, sim, ser subversivo, na medida em que expõe novos modelos, novos padrões, novas formas de convivência social e de práticas políticas.


Fonte: Portal Educacional Clickideia.

domingo, 21 de outubro de 2012

Ler é dar sentido à vida!

Aprender a ler com propriedade é muito mais do que decifrar mensagens, tem que apreender, construir um sentido.
 
A leitura para o aluno deve ter um sentido claro, ele deve saber fazer, ou seja, conhecer os objetivos que se pretende alcançar com sua atuação.
 
A leitura é um meio que nos permite fazer parte do contexto, fazer algo concreto, nos faz ampliar o conhecimento, é possível e prazeroso, viajar por outras culturas sem sair do lugar.
 
Cabe ao professor ensinar seus alunos a realizarem uma leitura crítica, em que sejam capazes de atribuir sentido ao que leem, compreender o mundo ao seu redor e agir de maneira crítica e reflexiva.
 
Ler o mundo significa mais do que ser capaz de ler um texto. O aluno precisa perceber que a língua, falada ou escrita, é um instrumento vivo, dinâmico, facilitador, com o qual é possível participar ativamente da construção da mensagem de qualquer tempo.

A leitura exige motivação, objetivos claros e estratégias

Para a especialista Isabel Solé, o professor ajuda a formar leitores competentes ao apresentar, discutir e exercitar as principais ações para a interpretação.


O que a escola ensina sobre a leitura e o que deveria ensinar?
ISABEL Basicamente, a escola ensina a ler e não propõe tarefas para que os alunos pratiquem essa competência. Ainda não se acredita completamente na ideia de que isso deve ser feito não apenas no início da escolarização, mas num processo contínuo, para que eles deem conta dos textos imprescindíveis para realizar as novas exigências que vão surgindo ao longo do tempo. Considera-se que a leitura é uma habilidade que, uma vez adquirida pelos alunos, pode ser aplicada sem problemas a múltiplos textos. Muitas pesquisas, porém, mostram que isso não é verdade.

Hoje em dia, o que significa ler com competência?
ISABEL
Quando o objetivo é aprender, isso significa, em primeiro lugar, ler para poder se guiar num mundo em que há tanta informação que às vezes não sabemos nem por onde começar. Em segundo lugar, significa não ficar apenas no que dizem os textos, mas incorporar o que eles trazem para transformar nosso próprio conhecimento. Pode-se ler de forma superficial, mas também pode-se interrogar o texto, deixar que ele proponha novas dúvidas, questione ideias prévias e nos leve a pensar de outro modo.

Ensinar a ler é uma tarefa de todas as disciplinas?
ISABEL Sim. Não apenas para aprender, mas também para pensar. A leitura não é só um meio de adquirir informação: ela também nos torna mais críticos e capazes de considerar diferentes perspectivas. Isso necessita de uma intervenção específica. Se eu, leitora experiente, leio um texto filosófico, provavelmente terei dificuldades, pois não estou familiarizada com esse material. É preciso planejar estratégias específicas para ensinar os alunos a lidar com as tarefas de leitura dentro de cada disciplina.

Como os professores das diferentes áreas devem se articular entre si?
ISABEL O que aprendi em minhas conversas com professores é que os da área de línguas têm um papel importantíssimo para ajudar os alunos a melhorar a leitura e a composição de textos no campo de ação da própria língua e da literatura. Os responsáveis pelas demais disciplinas, por sua vez, podem lidar com textos mais específicos. Aliás, como assinalam muitos especialistas, quem leciona também deve aprender progressivamente a compreender e produzir os textos próprios de suas áreas. Em seguida, uma assembleia de professores ou a coordenação podem planejar que, digamos, o titular de História ensine a resumir textos como relatos, que o de Ciências ajude a produzir relatórios e a entender textos instrucionais e assim por diante. Outra proposta é, sempre que possível, trabalhar com enfoques mais globalizantes, com toda a equipe reforçando procedimentos de leitura e produção escrita.

Como é possível motivar os alunos para a leitura?
ISABEL Uma boa forma de um docente fomentar a leitura é mostrar o gosto por ela - quer dizer, comentar sobre os livros preferidos, recomendar títulos, levar um exemplar para si mesmo quando as crianças forem à biblioteca. Os estudantes devem encontrar bons modelos de leitor na escola, especialmente aqueles que não possuem isso em casa.

E como despertar o interesse para a leitura para aprender?
ISABEL
O fundamental é que os alunos compreendam que, se estão envolvidos em um projeto de construção de conhecimento ou de busca e elaboração de informações, é para cobrir uma necessidade de saber. Muitas vezes, o problema é que que eles não sabem bem o que estão fazendo. Nesse caso, é natural que o grau de participação seja o mínimo necessário para cumprir a tarefa. Quando os objetivos de leitura são claros, é mais fácil estar disposto a consultar textos ou a procurar algo numa enciclopédia.

De que forma as estratégias realizadas antes, durante e depois da leitura podem auxiliar a compreensão?
ISABEL Elas ajudam o estudante a utilizar o conhecimento prévio, a realizar inferências para interpretar o texto, a identificar as coisas que não entende e esclarecê-las para que possa retrabalhar a informação encontrada por meio de sublinhados e anotações ou num pequeno resumo, por exemplo.

Se pudesse modificar algum ponto em seu livro, qual seria?
ISABEL
Eu insistiria muito mais na conexão profunda que existe entre leitura e escrita quando o objetivo é aprender. Essa tarefa híbrida entre a leitura e a elaboração do que se lê por meio de resumos, sínteses e notas tem um impacto muito importante na aprendizagem. Algo que tenho visto nas investigações mais recentes do grupo de pesquisa de que faço parte é que muitos alunos, quando têm de fazer um resumo depois de ler, cumprem a tarefa sem voltar ao texto original para ver se o que se destacou é fiel ao que se leu. Creio que é preciso romper com a sequência "primeiro ler depois escrever". Em vez disso, é melhor pensar que se faz uma leitura já com o propósito de escrever, num processo que envolve a revisão do escrito.






 


 


Trechos de sua entrevista à Revista Nova Escola
Fonte:
Revista Nova Escola

 

Trechos da entrevista de Emília Ferreiro à Revista Nova Escola

No livro Cultura Escrita e Educação, a senhora afirma que adora pesquisar e descobrir que entendeu algo que a intrigava. O que a deixa intrigada atualmente?

EMILIA FERREIRO Continuo tentando compreender melhor o funcionamento dos sistemas e das tecnologias de escrita. Indagações surgem a respeito dos modos de comunicação e estilos que estão sendo criados. Um exemplo é o chat, que parece um intercâmbio informal, cara a cara, só que por texto. Outro é o e-mail, que não é uma carta em papel nem um telegrama. Essas novas formas de diálogo possuem propriedades que não conhecemos. São temas a ser pesquisados, assim como a interface entre a aquisição da escrita com letras e com números...

Como isso se dá?
 
EMILIA FERREIRO As duas são ensinadas simultaneamente porque a escola e o ambiente pedem. Já conhecemos bastante o sistema de aquisição da leitura com letras e a maneira de escrever números em situações vinculadas a representações de quantidade. Quero averiguar como se descobre quando usar um ou outro. Quando escrevo casa, leio casa e posso traduzir para house, se souber inglês. No entanto, se escrevo 5, posso ler cinco ou five. Nesse caso não está escrito o nome do número mas o sentido que ele passa. E esse sentido pode ser passado em qualquer língua. Não posso redigir a palavra casa com números, mas a palavra cinco posso escrever também com um algarismo. É interessante ver como crianças muito pequenas, de 4 ou 5 anos, lidam com isso.

O professor deve tentar desvendar problemas em seu dia-a-dia?
 
EMILIA FERREIRO Não. O ofício do pesquisador e o do professor são distintos. Digo isso porque exerço os dois. Quando estou ensinando, minha atitude sobre os problemas é diferente da que tenho quando estou pesquisando. É importante ensinar os alunos a pesquisar, mas isso é parte de meu trabalho de professora.

Mas não é também papel do docente buscar novos conhecimentos?
 
EMILIA FERREIRO Com certeza. Só que isso é diferente de pesquisar. Querer saber sempre mais deve ser próprio de qualquer profissional. Um médico também tem de se atualizar e não se contentar com o que aprendeu na universidade. Se não há uma certa inquietude em continuar descobrindo coisas novas terminamos repetindo as antigas — e o que era válido há vinte anos não continua necessariamente bom hoje.

O significado de saber ler e escrever também muda com o tempo?
 
EMILIA FERREIRO Usamos esses mesmos verbos na Grécia clássica, na Idade Média, na revolução industrial ou na era da internet. Por isso, temos a impressão de que designam a mesma coisa. O real significado, no entanto, vem se modificando. Ambos têm a ver com marcas visuais, mas o que se espera do leitor é determinado socialmente, numa certa época ou cultura. Na Antigüidade clássica não se esperava o mesmo que no século XVIII, nem o que se espera agora.

O que determina a eficiência de um leitor na era da internet?
 
EMILIA FERREIRO O trabalho na internet exige rapidez na leitura e muita seletividade, porque não se pode ler tudo o que está na tela. E a capacidade de selecionar não é algo que, há alguns anos, fosse uma exigência importante na formação do leitor. No contexto escolar, não tinha lugar preponderante mesmo. Na rede mundial de computadores, as páginas estão cheias de coisas que não têm relação com o que procuro e existe a possibilidade de um texto me conduzir a outros por meio de um click. Além disso, quando tenho um livro em mãos e o abro em qualquer página, sei claramente se é o começo, o meio ou o fim. Quando abro uma página na internet nem sempre tenho noção de onde estou.

Mas os jovens têm facilidade para se adaptar a essas mudanças...

EMILIA FERREIRO Eles aprenderam a usar a internet sozinhos e rapidamente, sem instrução escolar nem paraescolar. Eles conhecem essa tecnologia melhor que os adultos — os alunos sabem mais do que seus mestres. Essa é uma situação de grande potencial educativo, porque o professor pode dizer: "Sobre isso eu não sei nada. Você me ensina?" A possibilidade de uma relação educativa realmente dialógica é fantástica. Mas o docente não está acostumado a fazer isso e, num primeiro momento, fica com muito medo de não poder ensinar. Em casa, ele recorre aos filhos. No espaço público, na escola, ele tem mais dificuldades.

Além da questão tecnológica, existe a da língua. A senhora acha que quem não souber inglês será um analfabeto nesta era da internet?

EMILIA FERREIRO É preciso aprender o inglês, sem dúvida, mas não só esse idioma. Nestes tempos de globalização, vemos ao mesmo tempo um movimento de homogeneização (de um lado) e grupos que manifestam um desejo de manter a própria identidade (de outro). As duas coisas estão funcionando simultaneamente. No início da internet tínhamos a impressão de que ela seria uma das tantas maneiras de converter o inglês na única língua de comunicação. Hoje a situação mudou bastante. Há cada vez mais uma diversidade de idiomas na rede. Temos duas direções a seguir: consultar somente sites na nossa língua ou tomar consciência de que a rede nos dá acesso, por exemplo, a jornais escritos em países distintos — e procurar entendê-los.

                                                                



Fonte:
Revista Nova Escola

sábado, 20 de outubro de 2012

Benefícios da leitura

Conheço uma senhora que sempre me diz "o conhecimento não ocupa espaço", e ela tem toda razão!

A leitura nos traz tantos benefícios que seria impossível enumerá-los, mas citando alguns deles temos:
  • Facilidade de concentração;
  • Objetividade;
  • Aumenta a capacidade de memorização;
  • Exclui a alienação da mente;
  • Desenvolve a capacidade intelectual;
  • Reduz o stress;
  • Aumenta o conhecimento analítico;
  • Aumenta a capacidade de interpretação;
  • Aumenta a capacidade de argumentação.
Temos ou não temos motivos para ler e incentivar o nosso aluno a fazê-lo também?


Fonte:
Sempretops

Se leio, estou fora da gaiola

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Rubem Alves

Lendo este trecho do texto "Gaiolas e Asas", do maravilhoso Rubem Alves, refleti. Se compararmos as gaiolas com as pessoas que não têm o hábito de ler, podemos refletir e nos questionar. Se a leitura nos traz conhecimentos e nos leva a conhecer diferentes culturas, se nos faz viajar, sonhar, rir, chorar, se faz com que sejamos críticos, e aquele que ainda não conhece o mundo mágico da leitura? Está preso dentro de uma gaiola?

Se leio tenho asas para voar e quero voar para um mundo em que eu possa ser a protagonista da minha história, criando e recriando.

Por isso, devemos encorajar o nosso aluno a ler e cada vez mais, para que o voo dele seja pleno e sem limite.







A importância do ato de ler


O ato de ler é extremamente importante ao indivíduo, e este incentivo deve acontecer antes mesmo de sua entrada à escola. A criança o adquire no meio familiar e no meio social o interesse pelo ato de ler e de escrever.
Segundo Freire (1982), uma vez que a leitura é apresentada a criança ela deve ser minuciosamente decifrada, trabalhada, pois na maioria das vezes as crianças têm um contato imediato com a palavra, mas a compreensão da mesma não existiu.
Para tanto se faz necessário apresentar o que foi descrito por tal palavra, de forma que esse objeto proporcione sentido à ela, pois dessa maneira a busca e o gosto pelo mundo das palavras, isto é, da leitura e da escrita, se intensifica. Logo, a leitura ganha vida e a criança adquire o hábito de sua prática.
É tarefa do educador, todos os dias, de qualquer modo, de todos os jeitos, formar

o jovem para ser sujeito, protagonista da sua história. Educar o jovem cidadão para

ser melhor como gente, desenvolver sua humanidade, sua espiritualidade

formando-o para participar ativamente do processo de transformação social.
Regina Lúcia Barros Leal da Silveira
Bibliografia
FREIRE, P. A importância do Ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1982. 96 p.
Revista Iberoamericana de Educación (ISSN: 1681-5653)




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A troca - Lygia Bojunga Nunes

Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena
os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo;
em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada;
inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá
dentro pra brincar de morar em livro.

De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto
olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois,
decifrando palavras.
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto
mais íntima a gente ficava, menos eu ia me lembrando
de consertar o telhado ou de construir novas casas.
Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava
a minha imaginação.

Todo o dia a minha imaginação comia, comia e comia;
e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no
mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu,
era só escolher e pronto, o livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca
tão gostosa que - no meu jeito de ver as coisas -
é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no
livro, mais ele me dava.

Mas como a gente tem mania de sempre querer mais,
eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar
tijolo pra - em algum lugar - uma criança juntar com
outros, e levantar a casa onde ela vai morar.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Incentivando à participação no mundo mágico das palavras - Heloísa da Silva

Nós educadores e os familiares somos os grandes responsáveis por incentivar à leitura e escrita nas crianças, jovens e adultos.

No meu dia-a-dia como professora, sempre trabalho com leitura e escrita  em  conteúdos de Ciências, como por exemplo, conto para eles como ocorre o ciclo da água, a transmissão de doenças pela água, doenças sexuais,  e depois peço para eles recontarem o que ouviram.

Também gosto de usar vídeos  do you tube  e peço para eles escreverem o que  assistiram. Fazemos  painéis sobre diversos temas da atualidade, o mais recente  foi o da gripe A, em que os alunos escreveram bastante, recortaram notícias de jornais, e entrevistaram profissionais da área da saúde, a produção escrita é uma constante entre os meus alunos.

A leitura e a escrita permeiam a nossa vida pessoal e profissional, assim sendo, devemos incentivar às crianças a participarem do mundo mágico das palavras desde a mais tenra idade, e com isso, acredito que terão uma infância muito mais feliz.

Heloísa Aparecida da Silva







Transformando a vida com o mundo mágico das palavras - Karina Antunes

Meu primeiro contato com a leitura foi aos 7 anos quando ganhei de minha mãe "O pequeno príncipe". Passava horas em contato com o livro. Eu não lia muito bem, mas me lembro que foi um aprendizado imenso, pois a partir daquele momento não parei mais de ler. Hoje, incentivo minha filha na leitura, percebo que ela seguirá os passos da mãe.

Através da escrita transformo aquilo que sinto em desabafo, poesia, conto, argumentos. Adoro ler e escrever, e sempre foi assim.

Por meio dos livros nossa mente é capaz de criar inúmeras situações, ativa nossa criatividade e isso não tem preço algum que pague.

Em sala de aula, meu trabalho é um pouco diferente, trabalho com o EJA no presídio de Montalvão (distrito de Presidente Prudente), leciono Língua Portuguesa e Língua Inglesa. Lá há uma biblioteca imensa, com um arsenal tão rico e tão bem conservado que eu fico encantada toda vez que vou à unidade.

O mais interessante, é que todos eles, não só os que estão matriculados, procuram a biblioteca para requisitar um exemplar.

Durante as aulas, procuro mesclar e fazer intertextos por meio de nossa literatura, artes plásticas e música, dessa forma a aula fica mais interessante, e chama a atenção de qualquer um que passe por ali.

Acredito que o meu melhor estou fazendo, não faço só a minha parte, pois acredito que é pouco, por estar numa área em que devo mostrar ao meu aluno que ele sempre pode fazer a diferença, preciso dar o meu melhor, amo o que faço e não me vejo fazendo outra coisa.

Karina Vieira Martins Antunes


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Compartilhando Palavras



Quando li o livro Ler e Escrever - Compromisso de todas as áreas, um trecho me chamou a atenção e sempre que tenho a oportunidade compartilho, para refletirmos sobre o compromisso que temos com nossos alunos, para que eles aprendam a viver e conviver com as palavras. Compartilho  também o link da música Esquadros.

"Se o professor, seja de qual área for, conseguir fazer seus alunos "verem cores" (sejam elas de Almodóvar ou as suas) que nunca tenham vistos, "prestarem atenção" em coisas até então imperceptíveis, então estará estimulando-os a ler o mundo com outros olhos. Se conseguirmos - alunos e professores - nos indignar com a "fome dos meninos que têm fome", então estaremos ensinando mais do que mapas, nomes e dados. Estaremos fazendo mais do que simplesmente "dando geografia". Estaremos discutindo ética, política, enfim, o mundo em que vivemos" (p.78-79)


Sugiro a leitura do livro Ler e Escrever - Compromisso de todas as áreas - Editora UFRGS - Organizador Iara Conceição Bitencourt Neves e outros.

Ressurgindo o gosto pelo mundo mágico das palavras - Dirlene Taricio

Tive muitas dificuldades na minha alfabetização. Não me recordo do contato com livros e cadernos antes de entrar na escola. A cartilha Caminho Suave foi minha primeira experiência com um livro, e um tanto traumática. Não cheguei até a zabumba..Comecei a trocar letras, a professora não era muito minha amiga...

Mudei de escola. Tudo melhorou, mas já estava na 4ª série e com muitos problemas a serem resolvidos, mas tinha  uma professora que me deu atenção. Melhorei muito. Até hoje tenho trauma com as letrinhas. Lembro que o primeiro livrinho que li sozinha - O patinho feio - me marcou muito.

Na adolescência entrei no mundo da literatura através de uma prima, professora de Lingua Portuguesa, que me emprestava muitos, muitos livros. Entrei em um outro mundo. Hoje estou lendo bem menos do que gostaria. O gosto pela leitura passei para meus alunos e sobrinhos e me emociono ao lembrar o encantamento deles ao falar do que estavam lendo, da viagem que estavam entrando. Sinto falta desses olhinhos brilhando!!!!

Dirlene Aparecida Taricio





Construindo caminhos com o mundo mágico das palavras - Marcelo Ferrari



Recordo-me vagamente do momento exato de quando comecei a ler e escrever, mas lembro-me de quando brincava com minha irmã mais velha de escolinha e também queria aprender.

Morávamos no sítio e meus pais trabalhavam muito e quase não tinham tempo para nos ajudar.
Quando comecei a ir à escola, tive muito medo, principalmente, da professora que era muito brava, porém uma ótima professora.

No decorrer da aprendizagem tive algumas dificuldades, que por sorte minha irmã e minha mãe me ajudavam. Não gostava muito de escrever e adorava ler, ficava horas lendo livros, histórias, poemas.

A leitura e a escrita fazem com que tenhamos mais imaginação, com isso criamos caminhos e acreditamos que é possível tornar realidade nossos pensamentos e a nossa imaginação.

Marcelo Ferrari





Apresentação dos autores do blog


Olá,  meu nome é Cristiane e tenho 35 anos, sempre sonhei em ser professora e um dos dias mais felizes da minha vida foi o meu primeiro dia de aula na faculdade, dia que jamais esquecerei. Sou formada em Letras, leciono desde 2008, sou psicopedagoga, amo meus cachorros, família, noivo e meus alunos e moro em São Paulo, Capital.
Creio veementemente no poder transformador que somente a Educação faz, e faço disso meu lema, administro também um grupo de professores no Facebook sobre Educação, nasci pra isto!
Nas horas vagas, poucas que são, assisto filmes, escrevo, sou uma amadora das escritas, sou apaixonada por CSI, e amo Machado de Assis, atualmente leio a biografia da sempre maravilhosa Clarice Lispector. Ah, tenho também um blog onde compartilho um pouco do que sei sobre a área da Psicopedagogia, tendo como foco as dificuldades de aprendizagem.
Visitem-o!
"Acho que o processo criador de um pintor e do escritor são da mesma fonte. Quando eu escrevo, misturo uma tinta a outra e nasce uma nova cor." Clarice Lispector












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Olá, meu nome é Dirlene, sou Supervisora de Ensino na Diretoria de Ensino - Região de Jundiai. Minha graduação inicial é na área de Ciências Biológicas e depois fiz Pedagogia.  Estou na rede há 26 anos (Professora, Vice- Diretora e Diretora). Gosto de inovações e desafios. Este curso é mais um pequeno desafio.







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Olá, meu nome é Heloísa, sou uma profissional  que aproveita todas as oportunidades oferecidas pela Secretaria da Educação. Gosto de estudar, de caminhar e de fazer academia. Na hora de folga faço leitura de romances como Dom Casmurro, Grandes sertões veredas,  Gabriela. Não perco nenhuma telenovela que retrata a literatura brasileira.






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Olá pessoal, me chamo Karina, tenho 28 anos, sou professora do Estado há 6 anos. Leciono Português e Inglês. Sou de Presidente Prudente e moro com minha filha de 7 anos. Atualmente trabalho no Centro de Ressocialização (Presídio), e em outras escolas do município e também da rede privada. Faço pós-graduação em Língua Inglesa pela UNESP de Marília. Já ministrei aulas como tutora online pela Fundação Padre Anchieta, juntamente com a EVESP.






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Olá, meu nome é Marcelo e sou professor de Matemática da rede estadual. Gosto de fazer cursos online e presenciais para me aprimorar e melhorar minha prática em sala de aula e consequentemente a aprendizagem dos alunos.



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O meu mundo mágico das palavras! - Cristiane de Oliveira

Das recordações que me vêm à cabeça enquanto criança são de momentos em que eu rabiscava algo num caderno com um entusiasmo peculiar de uma menina de 04 anos.
Recordo-me de estar rodeada por livros, cadernos, poesias escritas pela minha tia Gilda, que me iniciou neste mundo repleto de magia. Não me recordo quando comecei  de fato a escrever, mas sei que desde este dia não parei mais.
Quando eu estudava na sexta série, tive uma professora de Português chamada Elizabeth e toda sexta-feira era dia de redação, dia este que eu esperava ansiosamente, pois era quando eu desabafava, conversava comigo mesma, viajava através do lápis e papel.
Sempre valorizei as palavras ditas e escritas, elas têm força, por isso, devem ser valorizadas. Através delas, posso construir ou destruir qualquer coisa.
"Adoro ler, e leio qualquer coisa que chegue às minhas mãos, de bula de remédio a dicionário, é uma mania. Mesmo na infância, não brincava de boneca nem de casinha, mas devorava revistas em quadrinhos e livros. Só queria ficar no quarto lendo, lendo, lendo." Danuza Leão
O livro é um mundo porque cria mundos ou porque deseja subverter este nosso mundo, considera a doutora em Filosofia Marilena Chauí:

"Eu costumo falar no esplendor do livro porque ele abre para mundos novos, ideias e sentimentos novos, descobertas sobre nós mesmos, os outros e a realidade. Ler, acredito, é uma das experiências mais radiosas de nossa vida, pois, como leitores, descobrimos nossos próprios pensamentos e nossa própria fala graças ao pensamento e à fala de um outro. Ler é suspender a passagem do tempo: para o leitor, os escritores passados se tornam presentes, os escritores presentes dialogam com o passado e anunciam o futuro."
Fonte: depoimento feito ao site da Livraria Cultura em 2004

"Todos os dias eu sento e escrevo, mas nunca com o mesmo número de horas. Muita coisa eu jogo fora, pois acho que a cesta de lixo é a grande amiga do escritor." Moacir Scliar

Fonte: Correio Braziliense, 31/08/1996/D.A. Press



Identifiquei-me com os depoimentos da Danuza Leão, o da Marilena Chauí e o do Moacir Scliar, se eu pudesse reescrevê-los tendo como base a minha vida perante à escrita e à leitura eu diria que o mundo das palavras me encanta, amo leitura e leio tudo aquilo que acredito que me trará conhecimento e leio o que acho que não trará também, vai que eu esteja enganada...
Quando leio me transporto para um lugar onde o rei é o silêncio, mesmo que de fato eu esteja num lugar barulhento;
Quando leio, toma conta de mim uma sensação boa, de calmaria, a respiração flui tranquilamente e só ouço o passar dos dedos sobre a folha;
Quando leio a inspiração me incendeia e é como se o autor se perdesse em mim e passássemos a ser um só;
Toda esta inspiração que a leitura me traz, retribuo escrevendo, leio um mundo e o transformo em outro mundo.
Cristiane de Oliveira








Texto de apresentação

Este blog faz parte do curso de formação continuada à distância de Práticas de Leitura e Escrita no contexto digital realizado pela Escola de Formação da Secretaria da Educação de SP, que tem como objetivo “refletir e exercer, com os educadores em formação, práticas de leitura e escrita em ambientes digitais interativos. A partir dessas vivências, pretende-se trabalhar com diferentes abordagens de circulação, compreensão e produção de textos - em diferentes gêneros, modalidades e linguagens - nas salas de aula da rede pública estadual”, pois temos como objetivo comum aprimorar os nossos conhecimentos e com isso, despertar em nosso aluno uma nova forma de obter conhecimento e aprendizagem significativos.
Sinta-se à vontade para compartilhar conosco suas experiências e dicas!